Mas pergunto-me, qual é o nome da actual geração? A geração "dos 500€"?, a geração "cibernética"?, a geração "do não-trabalho", a geração "dos: saio de casa aos 45"???!!!
Afinal como é que se chama esta geração?!
Sinceramente não sei, mas eu chamo-lhe a Geração LOST, a geração dos PERDIDOS!
Perdidos num presente que não vê futuro, perdidos num pensamento que não vai longe, numa desilusão que perdura, numa depressão constante ...
Eu, perdida como todos eles, sou apenas mais uma que por aqui paira, mais perdida ainda numa geração a que não quero pertencer!
O que eu não dava para poder viajar no tempo ... Mas o tempo parou. Os ponteiros deixaram de andar na direcção certa e relógio avariou! E cá estamos nós, os jovens, que devendo ser o futuro nem sequer o temos, não é irónico?!
Há dias em que me sinto mais revoltada que o habitual, é difícil manter o bom senso com tanta falta de coerência à nossa volta.
Mais dificil fica quando tudo corre mal e dias piores se avizinham ... Para uns é claro, porque para outros o relógio de marca continua a funcionar e melhor do que nunca. Esses não estão perdidos, nasceram com tudo garantido, nunca saberão o que é estar no desemprego nem tão-pouco o que é receber o salário minimo.
É certo que no "antigamente" era bom ter sonhos, objectivos, todavia no "agora" esses servem apenas para que não nos atiremos já todos da ponte mais próxima, até porque dificilmente passarão disso mesmo, serão sempre simples e ilusórios sonhos ...
Não, não é péssimismo. É bem pior do que isso, é realismo!
É ver as notícias e ficar a saber que pelo menos 43.000 licenciados perderam tempo, dinheiro, juizo, ... para estarem agora empregados em trabalhos não qualificados. Ora, não qualificado significa que não necessita de qualificação, logo deveria ser para pessoas que não a têm, sendo que os licenciados são pessoas com qualificações, a lógica seria estarem empregados em trabalhos QUALIFICADOS!!! Porém a realidade tem tudo menos lógica, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), "no ano passado 7200 pessoas com formação académica superior estavam empregadas em trabalhos não qualificados. Vendedores por telefone ou em trabalhos ao domicílio, pessoal de limpeza, lavadeiras e engomadores de roupa, empregadas domésticas ou estafetas são alguns dos exemplos constantes da lista de trabalhos não qualificados, segundo a classificação nacional de profissões.
O mais engraçado é todo o floreado que criam para que estes trabalhos pareçam excelentes, isto porque se no "antigamente" havia a empregada das limpezas, no "agora" há a Supervisora Geral de Bem-Estar, Higiene e Saúde!
A maneira como as coisas (não) funcionam dá-me vontade de rir.
Não, o tempo não parou, desvaneceu ...
1 comentário:
Como te compreendo :(
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